Alívio de tensões
Quando soldados os aços, geralmente, são submetidos a um ciclo térmico caracterizado por um intenso, e rápido, aquecimento, sendo seguido por um resfriamento bem rápido. Dependendo de outros fatores, como, sua composição química, esses aços, durante este ciclo térmico, podem sofrer uma transformação martensítica.
A transformação martensítica é adifusional, envolve um rearranjo controlado e também limitado de átomos no espaço, que provoca uma variação de volume, associada à mudança da estrutura CFC da austenita para a estrutura TCC da martensita. Essa mudança volumétrica brusca pode ocasionar a ocorrência de tensões residuais e de distorções, que em casos mais extremos podem causar o surgimento de trincas, as chamadas trincas de têmpera.
O tratamento térmico de alívio de tensões é o aquecimento uniforme e controlado de um aço, soldado ou submetido a qualquer outro processo que gere tensões residuais, a uma temperatura adequada (inferior à temperatura crítica) por um tempo suficiente, seguido de resfriamento, também uniforme e controlado, de forma a relaxar essas tensões sem introduzir alterações microestruturais.
A temperatura e tempo de aquecimento dependem de outros fatores, como a composição química do aço, sua microestrutura inicial, a geometria e o tamanho da peça que está sendo tratada.
As tensões residuais resultantes da soldagem são reduzidas para um nível um pouco inferior ao limite e escoamento do aço à temperatura de tratamento térmico de alívio de tensões. O nível de tensões residuais remanescentes no aço depende da taxa de resfriamento. Resfriamento desigual até a temperatura ambiente pode resultar em tensões adicionais, prejudicando o efeito benéfico do tratamento.